O que se sabe sobre novos efeitos adversos da vacina da Janssen
Dois novos efeitos adversos raros foram associados à vacina contra covid-19 desenvolvida pela Janssen (braço farmacêutico da Johnson & Johnson) nos últimos dias.
Cabe ressaltar, antes de tudo, que nenhum efeito adverso, seja raro ou comum, deve ser justificativa para desencorajar a busca pela imunização contra a covid-19.
Todos os imunizantes aprovados por agências reguladoras demonstraram segurança e eficácia, e os benefícios superam eventuais riscos.
A vacina da Janssen começou a ser usada no Brasil no mês passado, com a antecipação de 1,8 milhão de doses compradas pelo Ministério da Saúde e doação de 3 milhões de doses do governo dos Estados Unidos.
Na segunda-feira (12), a FDA (Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA) adicionou um alerta à bula do imunizante ao afirmar que dados sugerem que há risco raro de um distúrbio neurológico.
Aplicada no Brasil desde o mês passado, a vacina Janssen teve recentemente um novo efeito adverso raro associado.
Segundo a FDA, há relatos de indivíduos que desenvolveram um tipo de distúrbio neurológico. Trata-se da síndrome de Guillain-Barré, uma condição que pode provocar sintomas como formigamento, fraqueza, dificuldade para andar ou realizar movimentos faciais, em cerca de seis semanas após a vacinação.
O Manual Merck de Diagnóstico e Tratamento descreve a doença como “a neuropatia inflamatória adquirida mais comum”.
“Embora a causa não seja totalmente compreendida, acredita-se que seja autoimune. Em cerca de dois terços dos pacientes a síndrome de Guillain-Barré inicia-se 5 dias a 3 semanas após uma infecção banal, cirurgia ou vacinação”, explica o livro.
Segundo a FDA e o CDC (Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA), foram reportadas cerca de 100 pessoas que desenvolveram a síndrome após a vacina de dose única. Cerca de 12,7 milhões de indivíduos já tomaram o imunizante da Janssen no país.
A maioria dos casos foi relatada em homens com 50 anos ou mais, geralmente com início duas semanas após a vacinação. Os pacientes normalmente se recuperam bem dessa síndrome, embora cerca de 30% dos adultos possam ter algum grau de fraqueza residual após 3 anos.